ELA, A MONA LISA

O ano começando e com ele novas postagens em nosso blog. A dúvida era qual seria o escolhido para abrir a mente e o coração dos amantes da cultura. Muita coisa foi lida, vista, ouvida e consumida em 2017, mostrando assim que cada vez mais o brasileiro tem acesso à cultura e precisa fazer uso dela. Mas, deixando um pouco de lado esse discurso político-libertário, vamos enfatizar nesse primeiro post aquilo que realmente nos motivou, desde o princípio, a fazer acontecer o Cultura Viva Comunica: o CINEMA.
Imagem: Divulgação
Hoje uniremos a sétima arte e uma das atrizes que mais nos inspira. Aquela que chamou a nossa atenção ainda na década de 90 e que, particularmente, me deixou inspirada e apaixonada por cinema ao assistir UMA LINDA MULHER. É, é ela mesma: estamos falando de Julia Roberts! Dali em diante aquela paixão por cinema só aumentou e virou quase que uma devoção (ainda bem, não é mesmo?).
Nesse período de recesso de fim de ano, nada melhor do quê assistir àqueles filmes já vistos antes, aqueles clássicos que você não se cansa de ver e que a cada vez que é visto nos traz uma nova lição, um novo olhar, uma nova inspiração, e dessa vez não seria diferente.
Passeando pelo Netflix – o nosso grande vício, graças a Deus! –, lá estava ele, tão simples e tão forte, e é claro que o play foi rapidamente acionado. E, automaticamente, uma felicidade tomava conta do coração que pulsa por boas histórias, bons enredos, bons elencos, bons diretores, enfim, aquilo que nos soma e que dá sentido à nossa vida. A nossa escolha foi, sem dúvida, O SORRISO DE MONA LISA.
Abrir os posts com essa película é uma responsabilidade muito grande, porque nos traz a reafirmação de algo que está cada vez mais latente em nossa sociedade: o respeito às diferenças e à (re)afirmação da mulher em uma sociedade machista e excludente, ainda no século XXI. Parece que nada mudou desde o lançamento deste filme, que se passa na década de 1950 e lançado em 2002. As nossas lutas são as mesmas, só muda o cenário. Mas, no fim, é o mesmo filme, literalmente.
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O Sorriso de Mona Lisa nos traz uma professora de História da Arte que ministra aulas para uma turma só de mulheres, cada uma com sua particularidade, mas consumidas por um sistema opressor e um conservadorismo entranhado nelas e naquelas paredes seculares, que não conseguem absorver nada além de aparências e poder.
Katharine Watson (Julia Roberts), liberal, recém-formada, cheia de vigor e opiniões modernas, encontra em suas aulas uma forma de fazer a diferença naquele cenário tão vicioso. A sua luta contra normas e desvalorização da mulher será o grande mote desse filme, mas não de uma forma revolucionária, mas sim, inteligente e perspicaz, pois busca em seu discurso uma transformação de dentro para fora, para que as melhores e mais brilhantes mentes femininas do EUA sejam vistas, ouvidas e respeitadas.
Ela desconstrói tudo aquilo para o qual aquelas alunas eram criadas: esposas cultas, sábias, tementes ao esposo e boas mães. Mostrando que a mulher tem e pode ter a opção de simplesmente escolher seu destino, sendo mãe, esposa, filha e tudo aquilo que o seu destino profissional pode lhe trazer, tudo isso numa única mulher ou simplesmente ser aquilo que ela bem quiser, sem amarras e sem restrições. Ser apenas ser!
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Essa busca pela identidade pessoal e cultural de suas alunas será o grande desafio dessa professora que aborda esse tema sempre contextualizado, trazendo exemplos da Arte para mostrar que os novos conhecimentos estão sempre próximos de nós, basta apenas estarmos abertos a aceitar e receber essas lições.
A arte clássica e a arte moderna estavam em constante equivalência àquilo que o filme se propõe, mostrando que entre aquilo que você vê e o que realmente é, existe um grande abismo e essa pode e deve ser a grande deixa da escolha do título dessa película, pois nos faz questionar: “O que o sorriso de Mona Lisa está a nos dizer?”.

Por hoje, basta de spolier, né?! Se você ainda não viu, ainda dá tempo de ver algo tão inspirador e comovente, que nos traz, em especial às mulheres, a força e a leveza que há em um sorriso e no poder que a mulher tem e que nem sempre se dá conta. Filme realmente brilhante e que nos faz questionar e acreditar, ainda mais, na força da mulher, sem discurso feminista, sem revolução, mas sim, na busca simples e incessante do SER. Um salve a todas às mulheres! 

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