Anos 50: a década do poder e da busca pelo poder

Como prometido, vamos dar continuidade ao Relações Públicas: Articulador das Imagens?

Em meio a Guerra Fria, tendo a diplomacia e a potência militar abaladas nas duas superpotências da época, Estados Unidos da América e União Soviética, o período também nos trouxe a manifestação dos direitos civis, e em especial, o movimento feminista no país ganhador desse conflito, a potência capitalista ocidental, o EUA.
Esse momento nos mostra um filme que tenta banir, através de articulações político-sociais, o direito de uma mulher livre e emancipada de se relacionar com alguém de classe social diferente. Mais uma vez, o poder da mídia se faz presente como meio de inescrupulosas transações a favor da parte mais favorecida.
E foi nesse mote, que o primeiro filme a tratar sobre o profissional de Relações Públicas, mesmo sem possuir essa denominação, foi o drama/clássico norte-americano A Embriaguez do Sucesso (Sweet Smell of Success), do ano de 1957 e direção de Alexander Mackendrick. 

Figura 1 – Imagem do Filme A Embriaguez do Sucesso (1957)

Narra a estória do jornalista impiedoso J. J. Hunsecker (Burt Lancaster) e do assessor de imprensa inescrupuloso Sidney Falco (Tony Curtis) que buscam fazer de tudo para se atingir o sucesso, mesmo passando por cima da ética e da moral profissional.
O drama gira em torno das articulações do colunista renomado de Nova York, J. J. Hunsecker, junto ao agente de imprensa Sidney Falco para impedir o casamento de sua irmã caçula (Susan Harrison) com o músico de Jazz não sucedido, Steve Dallas (Martin Milner), tudo isso alicerçado na falta de ética, num mundo das aparências, na falsidade e na mentira da alta cúpula social da década de 50. 

Figura 2 – Imagem do Filme A Embriaguez do Sucesso (1957)


Sidney Falco, astuto, interesseiro, egocêntrico e imoral, ajudará Hunsecker a evitar que esse casamento aconteça, sem se preocupar em mentir e enganar para atingir seu objetivo, que é o reconhecimento profissional. Em contrapartida, conseguirá, cada vez mais, publicar no The Globe as suas notas sobre seus clientes e almejando ingressar nessa restrita classe dos poderosos da cidade.

Figura 3 – Imagem do Filme A Embriaguez do Sucesso (1957)


Mesmo tentando a todo custo romper os laços dos noivos, ele não obtêm êxito, abalando assim sua imagem, seu espaço na coluna, sua credibilidade junto aos clientes e também seu relacionamento homossexual com Hunsecker, embora não desista de seu objetivo.

Figura 4 – Imagem do Filme A Embriaguez do Sucesso (1957)

Esse filme retrata o jornalismo feito de forma inescrupulosa, interesseira, corrompida e cruel, trazendo a personagem de um assessor de imprensa que desempenha a função real de um lobista corrupto, que busca a todo tempo, tirar vantagem de tudo e de todos, maquiando a verdade e manipulando/destruindo tudo aquilo que não lhe servirá de benefício. Faz um retrato duro do show business, da sociedade perversa, amante do sucesso fácil e dessa segmentação da comunicação.
A Embriaguez do Sucesso, um típico filme noir, traz uma fotografia límpida, clássica, num preto e branco impecável de autoria de James Wong Howe. Sem falar na trilha sonora de Elmer Bernstein, bastante  marcante, principalmente nas cenas de diálogos longos, sarcásticos e determinantes para a narrativa.

Segue o trailer do A Embriaguez do Sucesso (Alexander Mackendrick, 1957).


Até o próximo post.
Afinal, #CulturaVivaComunica!

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